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Mais uma chance - a Coleção está de volta!

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Uma boa notícia para os que vivem nos perguntando sobre a famosa Coleção de livros com as obras de Júlio Verne - aquela da RBA, com capa dura em couro sintético e detalhes dourados, ilustradas com as gravuras das edições originais francesas e preço atraente.

É que a Coleção voltou às bancas de jornais aqui no Brasil. Por enquanto, pelo menos, nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, podendo, como nas outras vezes, ter estendida sua distribuição a outras localidades brasileiras em pouco tempo.

É mais uma oportunidade de se iniciar ou completar a coleção, sem dúvida a mais completa e bem-acabada já lançada no país.

'Le voyage dans la lune' de Méliès faz hoje 111 anos

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Georges Méliès é conhecido por ter feito obras cinematográficas notáveis no começo do século, quando o cinema ainda era uma linguagem recém-nascida. Os efeitos visuais eram sua especialidade e são considerados como influência central para os artistas do ramo.

Os 14 minutos de Viagem à Lua, lançado em 1902, são considerados o ápice desse trabalho. A adaptação da obra Da Terra à Lua (1965) de Júlio Verne e da O primeiro homem na Lua (1901) de H.G. Wells, foi filmada num estúdio caseiro no subúrbio de Paris, com ajuda de cenários fantasiosos e uma trabalhosa edição posterior. Nascia assim um dos grandes ícones visuais do século XX, com o projétil a atingir um olho da Lua.


A restauração massiva, avaliada em cerca de US$ 660 mil, foi iniciada em 1993 quando foi achada uma cópia rara e pintada a mão da película em Barcelona. Em 1999, a Lobster Films começou a digitalizá-lo quadro a quadro, num processo que durou mais de dez anos (e 13 mil quadros) para ser finalizado. A nova versão, inteiramente colorida, estreará mais de um século após o lançamento da original.
A expectativa é que o filme excursione por diversos festivais após Cannes e seja lançado em home-video em seguida.

Deixo-vos a sua versão original e não restaurada que se encontra em domínio público:

Sinopse:

Tanto o livro quanto o filme narram a história um grupo de cinco astrónomos que viajam à Lua numa cápsula lançada por um canhão gigante, onde são capturados pelos selenitas. Contudo, conseguem escapar e retornam salvos à Terra (se não viu o filme e a descrição lhe parece familiar, é provável que tenha visto o videoclip da música  "Tonight, Tonight", dos Smashing Pumpkins, que recria algumas destas cenas).
A película inclui inúmeras experiências arrojadas com algumas das mais famosas técnicas cinematográficas como a sobreposição, fusão e a exposição múltipla de imagens.



Curiosidades sobre o filme:

-Foi extremamente popular em sua época e o mais conhecido das centenas de produções de Méliès. Foi, provavelmente, o primeiro filme de ficção científica e o primeiro a tratar de seres alienígenas, e usou recursos inovadores de animação e efeitos especiais, incluindo a famosa cena da nave pousando no olho da "Homem da lua".
-Georges Méliès não se absteve ainda de dar à narrativa uns toques subtis de comentário social – atente-se no fumo que sai das chaminés das fábricas, numa crítica aos efeitos nefastos da revolução industrial.
-Foi escolhido um dos cem melhores filmes do século XX no ranking da The Village Voice, ocupando a posição de número 84.
-É o filme mais velho presente na lista do livro "1001 filmes para ver antes de morrer", de Steven Jay Schneider.
-Méliès tinha a intenção de lançar seu filme nos Estados Unidos com a ideia de lucrar com isso. Entretanto, técnicos dos filmes de Thomas Edison secretamente fizeram cópias e o distribuíram por todo o país. Enquanto o filme era muito bem sucedido, Méliès finalmente foi à falência.
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Os Air decidiram “musicar” o filme “Le Voyage dans la Lune” realizado há 111 anos por um dos maiores pioneiros da Sétima Arte. O grupo francês é responsável pela banda sonora desta versão restaurada que agora é disponibilizada em domínio público.


Recife (Brasil) recebe "Vinte mil léguas submarinas" com efeitos especiais

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A companhia italiana Teatro Portlach chega ao Recife (Brasil) para apresentar "Vinte mil léguas submarinas", espetáculo inspirado na obra do escritor Julio Verne e que reúne teatro dramático com efeitos visuais digitais. As apresentações acontecerão na quarta-feira (3) – para escolas públicas –, quinta (4), sexta e no sábado (6), no Teatro Caixa Cultural, na região central da cidade.


O enredo de ficção científica fala da relação entre o homem e a natureza. Os dois protagonistas, os cientistas Nemo e Aronax, enfrentam mistérios, aventuras, e conflitos como separação, além de aproximarem o romance de Verne, publicado no século 19, com a realidade contemporânea. Os efeitos visuais usados na apresentação, com telas montadas em dois níveis no palco, chamam a atenção do espectador para temas ligados à ecologia e a problemas sociais.

Para apresentar o espetáculo no Brasil, os atores italianos tiveram que aprender o texto em português. No sábado (5), a companhia também dará oportunidade ao público de conhecer mais sobre as técnicas artísticas utlizadas para compor o espetáculo. O elenco fará uma demonstração do trabalho vocal e corporal feito antes de entrar em cena. É necessário realizar uma inscrição para acompanhar a atividade.

Serviço
Espetáculo italiano "Vinte mil léguas submarinas"
Quinta (3), (às 15h30 gratuito para escolas públicas), sexta (4) e sábado (5), às 19h30, e domingo (6), às 10h30
Teatro Caixa Cultural Recife - Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia e 1 kg de alimento para as vítimas da seca)

Fonte: G1.Globo.com

Nemo Onipresente

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O mais famoso personagem criado pela mente de Verne, o Capitão Nemo, surge quando menos se espera, em filmes, obras literárias, teatrais, de televisão - e até em banda desenhada (quadrinhos)!

Com exemplos, nesse ano de 2013 tivemos pelo menos duas obras em BD em que o icônico navegante verniano é citado. A primeira é um spin-off da espetacular série "The League of Extraordinary Gentlemen", escrita pelo autor inglês Alan Moore (Watchmen, From Hell, V for Vendetta) e ilustrada pelo competente Kevin O'Neill : "Nemo : Heart of Ice".


Além de continuar utilizando uma série de personagens - alguns bem obscuros - da Literatura do século retrasado, Moore cita, ao lado de, é claro, "20.000 Léguas Submarinas", duas outras obras clássicas, que ligam Verne a Edgar Allan Poe: "A Esfinge dos Gelos", de Verne, que é uma continuação-homenagem a "O relato de Arthur Gordon Pym", o único e absolutamente apavorante romance do americano. Verne ficou tão impressionado com o "romance inacabado" de Poe que criou um desfecho sensacional para o mesmo. Ler os dois livros em sequência é experiência inesquecível. Mr. Moore, ligado como sempre, aproveita elementos das três histórias para fazer uma aventura espetacular nas terras geladas do extremo sul de nosso planeta. Imperdível.



A segunda obra da "nona Arte" envolvendo nosso estimado capitão é a série da editora americana Marvel, "The Defenders", escrita por Matt Fraction. Nela, o personagem Namor (conhecido por muitos que acompanham as BD como o "Príncipe Submarino", um ser de idade desconhecida, filho mestiço de mãe atlante e pai da superfície e que comanda os mares como soberano) encontra no fundo do oceano os restos do Nautilus e, nele, indícios de que Nemo envolveu-se com sua mãe, décadas atrás. Isso, aliado ao fato da semelhança no som dos dois nomes "Nemo" e "Namor", faz com que seus parceiros de equipe o indaguem:

- Você acredita que essa seja a verdadeira nave, aquela dos livros?
- Que livros? - pergunta um carrancudo Namor, visivelmente incomodado.
- Jules Verne?
- Ele é um autor atlante?
- Não, ele...
- Não li.- corta Namor, rispidamente.
- Você acha que ele pode ter sido seu pai?
E, após uma longa pausa, o soberano dos Mares diz:
- .... não importa. Eu sei quem eu sou.

Danadinho, esse Nemo. 

Entrevista ao verniano, o conde Piero Gondolo della Riva

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A entrevista abaixo, traduzida por mim para português, foi realizada por Javier Coria do blog www.javiercoria.blogspot.com que gentilmente cedeu o texto original. As fotos são de Francesc Sans.

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A história da paixão do conde italiano Piero Gondolo della Riva pelas obras de Jules Verne é uma viagem extraordinária que dura há várias décadas. Gondolo é um dos maiores estudiosos mundiais de Verne e o maior colecionista de manuscritos e objetos do escritor francês. Este poliglota, que fala fluentemente quatro idiomas -entre eles um perfeito castelhano- e tem noções de mais três -entre eles o catalão-, é o autor de prólogos e prefácios de muitas das edições das noventa e cinco línguas em que está traduzida a obra verniana. Falamos com ele durante as passadas jornadas do I Congresso Internacional Jules Verne de Barcelona, onde deu uma conferência magistral sobre os textos apócrifos do escritor francês.

Leva –não gosta que o trate por “você”, há anos que nos conhecemos mas o protocolo assim me obriga – à volta de cinquenta anos a estudar a vida e a obra de Verne. Quando começou esta paixão verniana?

Com treze anos e meio. Como a todos as crianças, ofereciam-me livros, com traduções italianas, de Verne. Naquela época, como em Espana, traduzia-se o nome do autor. Para nós era Giulio Verne, aliás, havia quem pensasse que era um escritor italiano. Nem todas as obras me agradaram, mas é claro que houve outras que gostei bastante como, por exemplo, “Os filhos do capitão Grant”, “A ilha misteriosa”… o mistério e os enigmas que há nas obras de Verne encantavam-me. Como já falava francés muito bem, preferia ler no idioma original. Uma livraria de Turim tinha muitas edições antigas de Verne, da editora de Jules Hetzel pois nesta cidade, como em todo o norte de Itália, há uma cultura francesa muito grande.

Os irmãos Kip 

Recorda-se qual foi a primeira obra de Verne que comprou?

Sim, claro, foi uma edição de Hetzel de “Les Frères Kip” (“Os irmãos Kip”). Gostei muito da encadernação, das ilustrações, do cheiro do papel das antigas edições, em contraposição das edições modernas da época, italianas ou francesas, que me interessavam menos. E comecei assim, eu queria ter tudo, todas as obras… com vinte anos fui viver para Paris durante algum tempo para me documentar sobre Verne…

E já comprou tudo?

Sim, mas entre os anos 1999 e 2000 vendi a minha coleção à cidade de Amiens. Nos media apareceu que foram 30.000 documentos, apesar de nem eu nem a cidade que comprou a colecção sabermos com exatidão qual o número correto pois dependia de como se contavam. Por exemplo, eu tinha uma coleção de artigos sobre o editor Hetzel e Jules Verne, e eram setenta volumes de recortes de imprensa e artigos encadernados. Se contas cada volume como um documento dá-te só um, mas se contas com os documentos que contém, dá-te outro número. Portanto, é impossível encontrar um critério para contar uma documentação tão grande.

Não comprou só documentos e manuscritos, comprou objetos pessoais do escritor e do seu editor…

Sim, claro. Eu vivi na casa dos herdeiros de Hetzel e venderam-me muitas coisas ao longo de trinta anos, inclusive também os móveis do escritório de Hetzel no nº18, rue Jacob” de Paris, onde o editor recebeu pela primeira vez Jules Verne no ano de 1862. Eu também tinha os sofás e as poltronas com o estofado original. Curiosamente, também tinha uma imagem do dito escritório nessa época colado na parede, e todos os móveis que estavam na foto, estavam ali, no salão da minha casa. Agora é a “Sala Hetzel” do museu de Amiens.

Sala Hetzel do Museu de Amiens 

Não vou ser indiscreto ao ponto de lhe perguntar quanto lhe pagaram pela sua coleção. Porém, em quanto foi avaliada?

Parece-me bem que não sejas indiscreto, não esperava menos de ti.

Posso afirmar que a dita coleção estava valorizada em sete dígitos, falando em euros, mas continuemos. Por que Verne continua a suscitar tanto interesse?

É, sem dúvida, um autor muito popular, mas mal conhecido. Se alguém for à Australia e dizer Jules Verne, irão citar-lhe algum filme de Walt Disney, provavelmente “20.000 léguas submarinas”. O cinema fê-lo muito popular, mas isso não quer dizer que o público conhece Verne, a não ser que o leia.

Em Espanha editaram-se as primeiras edições das obras de Verne quase simultaneamente que em França…

Em Itália também, e na Alemanha… esses eram os contratos que Hetzel tinha com os editores estrangeiros. Mas posso-te dizer que na Itália saiu uma edição pirata de “Cinco semanas em balão” no ano de 1869. O primeiro contrato de Hetzel com os editores Treves de Milão datam de 1870. Quer dizer que um ano antes um editor de Vercelli (Piamonte) publicou uma edição pirata cortada, faltavam quatro capítulos, de “Cinque settimane in pallone”, sendo “Cinco semanas “num” balão”.

Piero Gondolo fotografado no pátio do Institut d'Estudis Catalans (F. Sans) 

Depois das primeiras edições que, salvo exceções, foram publicadas completas e com muita qualidade nas diversas línguas, proliferaram as edições resumidas, pelo menos, em Espanha.

E na França também. A editorial Hachette, nos anos trinta e quarenta, na coleção “Bibliotèque Verte”, suprimia dos livros de Verne os parágrafos ou capítulos de temática científica, que eram mais aborrecidos para as crianças, claro. Acredito que isso foi feito em todo o mundo. Pode-se discutir se é correto ou não, eu não o sei, mas não estou completamente contra, porque uma criança que leia “20.000 léguas…” encontrar-se-á com um número indetermináveis de espécies… acredito que é muito pesado para um leitor infantil.

Qual é a obra de Verne mais vendida na história?

Sem dúvida, “Paris no século XX” –obra que esteve perdida e que foi publicada em 1994-, que na minha opinião é uma obra muito frouxa. Estive a cargo desta edição, já que a editora Hachette encarregou-me do prefácio e das notas. Vendeu-se bem porque é de Verne e, além disso, fala de Paris no futuro. Em França venderam-se 200.000 exemplares em 15 dias, e está traduzida em 40 idiomas. Hetzel recursou publicá-la porque não gostou, e para mim tinha razão.

Há uma leitura adulta de Verne?

Sem dúvida, e uma leitura universitária, um exemplo disso são os investigadores vernianos que há em várias universidades do mundo, e em Espanha tem uma boa mostra, na Universidade de Zaragoça, por exemplo. Eu, que sou advogado de formação, na minha tese escrevi sobre as ideas políticas e a utopia de Verne. Outro exemplo, foi quando apresentei um trabalho de direito em 1971, depois de Jean Chesneaux ter publicado nesse mesmo ano “Uma leitura política de Jules Verne”. Acredito que isso me ajudou, porque assim pareceu ser mais aceitável falar destas coisas, apesar de não acreditar que me dissessem que Verne não entrava na temática jurídica, até porque Verne era também advogado.

Verne foi burguês e conservador, mas há quem veja caprichos liberalistas ou de socialismo utópico em algunas das suas obras.

O livro mais político, e que mudou provavelmente mais a imagem de Verne, é uma obra que foi modificada completamente pelo seu filho Michel: “Os náufragos de Jonathan”. O original tinha 16 capítulos e Michel adicionou mais 15, além de mudar totalmente a ideia de base. Podemos dizer que é uma obra de esquerda, mas Verne era de direita. Nos anos sessenta e setenta do século XX, houve uma tendência entre os críticos para reivindicar um Verne socialista ou de esquerda, mas isso é uma ideia falsa. Venderam-se muitos livros com essa imagen de revolucionário, mas eu não acredito nisso.

Ainda estando de acordo com Piero Gondolo, é fácil encontrar ecos de ideias sansimonianas e cabetianas nas primeras obras de Verne, quem sabe por inspiração dos seus amigos maçons como Dumas, Nadar, ou o seu próprio editor Hetzel, para não falar de um dos seus colaboradores, o geógrafo anarquista Élisée Reclus. Claro que estas pinceladas de socialismo utópico de alguns dos personagens vernianos convivem com claras referências racistas ou machistas de outros.

Piero Gondolo vendeu a sua coleção, mas posso dizer que continua a comprar e a colecionar. É perfeitamente natural que qualquer de vós se cruze com este piemontês à procura de cartões, manuscritos, etc sobre Verne ou do género de anticipação por antiquários de Madrid ou Barcelona, onde é conhecido como “O italiano de Verne”.


No antiquário Violán (BCN): Nicolás Moragues, Piero Gondolo, Per Johan Moe e o autor da entrevista, Javier Coria 


APÊNDICE 1: VERNE EM VIGO E O DIÁRIO DE BORDO

Entre os documentos depositados no Museu Jules Verne de Amiens, cidade onde residiu e faleceu Jules Verne, estão muitas notas e os cadernos das viagens do escritor, que supostamente Verne teria queimado segundo afirmavam algumas fontes. Piero Gondolo comprou estes diários das viagens ao tetraneto de Jules Verne, diários inéditos e que ainda estão em estudo. Por exemplo, este redator tem fotocópias das páginas dos ditos diários que se referem às duas visitas que Verne fez à cidade de Vigo, em 1878 e 1884. Quem sabe se estas anotações conseguem terminar com algumas dúvidas que há sobre a dita visita (Nota do tradutor: Estas paragens em Vigo antecederam as visitas à capital portuguesa e, como tal, também nós gostariamos de esclarecer algumas dúvidas). Um exemplo de que a investigação verniana está viva é que, no intervalos intervalos das sessões do passado Congresso de Barcelona, o jornalista de Vigo Eduardo Rolland, Piero Gondolo, como descodificador da difícil letra de Verne, e eu, iremos dedicar-nos a completar algumas das partes ilegíveis das notas. Esta informação aparecerá num livro que Rolland publicará em breve com a editora Paganel, pertencente à Sociedad Hispánica Jules Verne.

Manuscrito do diário-de-bordo do veleiro Saint Michel, com as notas sobre Vigo 



APÊNDICE 2: APÓCRIFO DE VERNE NA BIBLIOTECA DA CATALUNHA

Entre as atividades do Congresso Verniano de Barcelona, organizou-se uma visita guiada à Biblioteca da Catalunha. A guia foi excecional, a chefe de Serviço de Acesso e Obtenção de Documentos, Núria Altarriba. Com ela pudemos visitar salas que raramente se visitam, a não ser com pedido prévio. Para os congressistas, os responsáveis da Biblioteca prepararam uma sala com as primeiras edições em francês, castelhano e catalão das obras de Verne. Ali pudemos folhear –com luvas- algumas raridades como um libreto de uma ópera inspirada nas obras de Verne, ou as primeiras edições em catalão que datam dos anos vinte. O momento curioso da visita foi quando Piero Gondolo della Riva reparou que havia uma obra na que figurava Jules Verne como autor mas não o era. Tratava-se do conhecido apócrifo “Uma descoberta prodigiosa”, cujo título completo original é: “Prodigieuse découverte ses incalculables conséquences sur les destinées du monde”. Esta obra foi publicada por Hetzel em 1867 pelo nome de X. Nagrien. Até ao ano de 1966 considerava-se que por detrás deste pseudónimo escondia-se Jules Verne, e assim aparece em várias edições. A investigadora Simone Vierne descobriu que o pseudónimo era na realidade de um autor chamado François-Aramand Audoin. Vale a pena dizer que, além da Biblioteca da Catalunha, são muitas as bibliotecas no mundo, a maioria diria eu, que têm esta obra catalogada como de Verne. O próprio Piero confessou que na Itália está cansado de chamar a atenção para o erro sem lhe façam caso. Núria Altarriba tomou nota, pois para mudar os dados de catalogação deve-se documentar numa fonte escrita, e isso foi referido no congresso onde Piero Gondolo falou desta edição na sua conferência magistral.



Marcos De Ros toca "Nautilus"

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O músico brasileiro Marcos de Ros, sob direção do experiente Alex Milesi, gravou um videoclipe intimista para música “Nautilus”, que integra o novo álbum “SAF (Sociedade das Aventuras Fantásticas)”.
“A históra de Julio Verne ‘As 20.000 léguas submarinas’ se passa quase toda dentro do submarino Nautilius. Por isso o vídeo é todo filmado de perto, um pouco sufocante, tentando passar um pouco dessa coisa claustrofóbica de um submarino”, comentou De Ros.


Fonte: wwww.whiplash.net

Transmissão radiofónica de 'Around the world in 80 days' por Orson Welles

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Hoje é o aniversário da invasão alienígena de 1938!
As melhores dramático-transmissões radiofónicas dos anos 30 que adaptavam algumas obras literárias, estavam a cargo da estação The Mercury Theatre on the Air, da companhia nova-iorquina The Mercury Theatre fundada por Orson Welles e John Houseman.

Nestas transmissões, que ocorriam semanalmente, realçava-se a impressionante qualidade de talento radiofónico protagonizada por Agnes Moorehead, Bernard Herrmann e George Coulouris. Aliás, em 30 de Outubro de 1938, a adaptação radiofónica de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, foi tão credível que milhares de pessoas, nos Estados Unidos, rezaram, choraram, fugiram espavoridas para as montanhas perante o avanço dos habitantes de Marte. Outros despediram-se dos parentes, pelo telefone, preveniram os vizinhos do perigo que se aproximava, procuraram notícias nos jornais ou noutras estações de rádio, pediram ambulâncias aos hospitais e automóveis à Polícia, enrolavam-se com toalhas para que o efeito do gás liberado pelos alienígenas não fosse fatal, etc...

Apesar de o programa não ser a principal atracção nas noites de domingo, este excesso de pânico deveu-se ao facto de os americanos da época já terem o hábito de girar o dial, o que levou a que muita gente apanhasse a transmissão já iniciada, depois da advertência de que se tratava de ficção.


A sua transmissão tornou-se um marco histórico e quase 75 anos depois ainda é referida quando se cita a obra de H. W. Wells e/ou Orson Welles que ficou conhecido após esta interpretação.
O que não se sabe é que a adaptação radiofónica que antecedeu a mais famosa transmissão da The Mercury Theatre on the Air foi a de Around the world in 80 days, de J. Verne.

Paulo Ferreira, do espaço Mistério Juvenil e Clássicos da Rádio, local onde poderá obter mais informações sobre a transmissão de A Guerra dos Mundos, enviou-nos essa informação juntamente com o link da transmissão original que poderá ser ouvida no site da The Mercury Theatre on the Air (link direto em mp3 - clique em cima do link com o botão do lado direito do rato e guarde o ficheiro).

Passeio pelo interior de um submarino

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O HMS Ocelot reformou-se há mais de duas décadas. Mas mantém a escotilha aberta para os turistas verem por dentro um submarino dos anos 1960. Agora, nem sequer é preciso ir até ele.



Lançado em 1962, foi o último submarino a ser construído em Chatham para a Marinha Real britânica. Pertence à classe Oberon, diesel-eléctrico, e está equipado com oito tubos de torpedo, seis deles perfeitamente identificáveis na visita proporcionada pelo Google. A sala de controlo, as camaratas e as casas-de-banho são visitáveis.

Os corredores esguios e a parafernália electrónica que se encontra pelo caminho ajudam a dar uma noção do ambiente claustrofóbico e da complexidade técnica de uma embarcação deste tipo.

Quem encontra o tabuleiro com os bolos?

Fonte: Público.pt

Edições jovens de 'A Volta ao Mundo em 80 Dias' e '20.000 Léguas Submarinas'

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Histórias Fantásticas, da editora Caracter, pretende reunir nesta coleção uma seleção de histórias e contos de autores clássicos e contemporâneos, apreciados por todos, e novas histórias, ideais para aceder a um admirável mundo de magia e em que a imaginação e o sonho, estão sempre presentes.

Textos cativantes e ilustrações maravilhosas, visões de ilustradores mais jovens que nos transportam para atmosferas e aventuras, de personagens de autores como Júlio Verne, Alexandre Dumas, Herman Melville, Daniel Defoe, e outros.

Novos públicos, autores brilhantes e eternos, histórias sem tempo nem época, estas aparentes contradições conseguem nesta colecção, encontrar forma, pelo punho de uma nova geração de jovens talentos, de conseguir espanto e surpresa, entre públicos mais conhecedores e novos consumidores, em contacto com as obras editadas.

O número 1 e 2 desta coleção são 20.000 Léguas SubmarinasA Volta ao Mundo em 80 Dias, respetivamente, com ilustração de Jorge Ribeiro e Alice Azevedo e adaptação de José António.

'20 000 Léguas Submarinas' ilustrada por Robert Dunn

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A Girassol Edições (Portugal) editou uma coleção de clássicos originais escritos por autores conceituados e com ilustrações de Robert Dunn. Histórias que continuam a fascinar os mais novos e com uma lição de moral.

Um desses exemplares é 20 000 Léguas Submarinas:



Fonte: Girassol Edições

Vinte mil Léguas Submarinas... em versos (Atualizado)

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Quando realizei pela primeira vez o trabalho de transformar em versos, uma obra do grande Julio Verne, fiquei feliz. E depois dele outros dois também acabaram sendo transformados na linguagem poética.
A Ilha Misteriosa e a Volta ao Mundo em 80 Dias ficaram satisfatórias pois fiz sem perder detalhes das obras. Já em 20.000 Léguas Submarinas, confiei na memória e muito da obra acabou ficando sem ser transcrita. Isso me incomodava pois a minha obra preferida era a que tinha ficado menos bem feita. Por isso, li e reli a obra, corrigi alguns versos que achei que não estavam bons e acrescentei muitos outros com os detalhes que passaram na primeira adaptação.

Roberto Dias Alvares

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Quando criamos o blog JVerne estávamos muito longe de pensar que se tornaria em algo de tanto sucesso. É com bastante agrado que regularmente lemos e respondemos às muitas mensagens dos nossos visitantes que nos questionam com dúvidas, que nos enviam notícias, desenhos, comentários de obras, etc... Porém, de todas as interessantes mensagens que recebemos, esta foi a que mais nos surpreendeu.

Há cerca de um mês, um dos nossos regulares visitantes, Roberto Alvares, do Paraná (Brasil), enviou-nos um email onde nos informava que se encontrava a elaborar o enredo de 20.000 Léguas Submarinas... em versos. Ficamos desde então bastante ansiosos pelo trabalho final.

Hoje recebemos a tão esperada notícia de que o verniano Roberto completara o seu enredo e num método de quadras em rima cruzada ou alternada em que o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo com o quarto.

O que apresentamos de seguida, é algo inédito no mundo verniano. Eu, pelo menos, nunca vi nada igual. Não estou com certeza a exagerar quando digo que o seu trabalho está BRILHANTE.

Em nome de todos os nossos visitantes, dou os parabéns ao nosso amigo e verniano Roberto pelo seu fantástico trabalho. Se ainda não leram a obra, agora não há desculpas!



Deixem as vossas avaliações.

Rota do Nautilus em '20.000 Léguas Submarinas'

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Nilson Frederico, quando começou a ler 20.000 Léguas Submarinas, procurou um mapa da trajetória do Náutilus. No entanto, os mapas que encontrou eram muito pobres e com péssima resolução. Depois de muito pesquisar, e de rever alguns trechos do livro, conseguiu fazer um mapa-mundo com a trajetória do submarino e do Abraham Lincoln para aqueles que desejarem acompanhar a leitura com o mapa.


Um agradecimento ao Nilson Frederico pelo envio da informação.

Restaurante da Torre Eiffel terá menu de 550 euros inspirado em Júlio Verne

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O chef francês Alain Ducasse criou um menu degustação especial de nove etapas para comemorar o 30º aniversário do restaurante Le Jules Vernes, localizado dentro da Torre Eiffel. No dia 30 de janeiro de 2014, uma quinta-feira, o lugar irá hospedar o jantar de aniversário que levará os convidados a uma viagem gastronômica pelos trabalhos literários do escritor Júlio Verne.


Uma entrada com ouriço-do-mar, por exemplo, será harmonizada com um Dom Perignon 1996 para evocar "Vinte Mil Léguas Submarinas".
Um prato de vieiras, couve-flor, caviar dourado e geleia será servido para representar "A Ilha Misteriosa", enquanto "Norte contra Sul" será citado usando queijo Brie trufado de Meaux, servido com salada de ervas.
O restaurante fica no segundo andar da icônica torre, a 125 metros acima do chão. Para reservas, escreva para: reservation.jv@lejulesverne-paris.com. O jantar sai a 550 euros por pessoa. O restaurante comemora o 30º aniversário no mesmo ano em que a Torre Eiffel completa 125 anos.

Fonte: UOL Viagem

Filme 'As Atribulações dum Chinês na China' é lançado em Portugal

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Acaba de ser lançado em Portugal, o DVD do filme 'As Atribulações dum Chinês na China' (1965) baseado na obra homónina de J. Verne.
É realizado por Philippe de Broca com participações de Jean-Paul Belmondo e Ursula Andress.

Sinopse: Um milionário com uma vida aborrecida e com falta de emoções, decide suicidar-se. Depois de várias tentativas falhadas, organiza uma viagem a Hong-Kong, onde contrata uns assassinos profissionais e subscreve um seguro em benefício dos seus amigos. Depois vai querer voltar atrás, mas a ordem da sua morte já está dada.

J. Verne é o segundo escritor mais popular do Mundo

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Desde 1932, a UNESCO tem mantido um arquivo chamado Index Translationum. Trata-se de uma bibliografia internacional de traduções que traduz a lista da quantidade dos livros de todo o mundo que foram alvos de tradução por autor.

Na última contagem pela UNESCO, J. Verne encontra-se na 2ª posição do número de traduções publicadas em todo o mundo, ultrapassado apenas por Agatha Christie.

Em muitos países, Verne é o escritor número 1 em traduções publicadas como é o caso de Chile, Grécia e Espanha. Na China, como noutros países, encontra-se entre o 2º e 3º lugares.

Fonte: io9.com

Peça 'Cinco Semanas em um Balão' em São Paulo (Brasil)

186 anos depois, Verne continua imortal

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Hoje, 8 de Fevereiro, completam-se os 186 anos do nascimento do nosso 'mestre' J. Verne (1828-1905).

Verne, parece ter atingido o que representa a impressionante escultura na sua sepultura no "Cimetiére de la Madeleine" (Amiens), criada por Albert-Dominique Roze (1861-1952): “Rumo à Imortalidade e à Eterna Juventude”.


O imortalizado Verne que compartilha as suas obras com gerações e gerações de leitores há mais de 145 anos (desde o seu primeiro livro, "Cinco Semanas em Balão", publicado em 1863), continua a ser cada vez mais objeto de leitura e pesquisas hoje em dia, arriscando-se a ser, como muitos dos seus personagens, um grande e quase insondável mistério.

O escritor francês não nos para de surpreender e tudo indica que assim continue por muitos mais anos!

Parabéns mestre!

Festival reúne esculturas incríveis feitas com limões e laranjas na França

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Na região da Riviera Francesa, artistas exibiram esculturas feitas com laranjas e limões durante o “Fete du Citron” (Festival do Limão), realizado na França.

Durante a 81ª edição do evento, que acontece até ao dia 5 de março, o tema escolhido foi a obra “Vinte Mil Léguas Submarinas”, do escritor Júlio Verne.


Foto: Valery Hache/AFP

'Da Terra à Lua', de Júlio Verne, ganha edição bilíngue

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Editora Landmark (Brasil) lança a obra com ilustrações originais da 1ª edição.

A obra conta a saga do Clube do Canhão, uma organização especializada em armas de fogo que, instigada por Ardan, procura formas de construir um enorme canhão para arremessar um projétil de forma cilindro-cônica à Lua. A bala, como os três membros que embarcam na aventura chamam o objeto, funciona, mas quando ela se aproxima do destino, em vez de pousar, entra em órbita. Só há mantimentos para três meses e eles não têm ideia do que fazer.

Curiosidade:

Entre as curiosidades do livro estão algumas comparações com a primeira ida real do homem à Lua, como a descrição do módulo com três astronautas e o local de partida da nave em Tampa, nos EUA, que fica a apenas 30 quilômetros de distância de onde realmente saiu a Apollo 11, cerca de cem anos depois. Outro fato curioso é que o futuro dos três astronautas de Da Terra à Luaé revelado apenas em outra obra de Verne, À Roda da Lua (1869), mas isso nada mais é do que uma ótima oportunidade de o leitor continuar embarcado no universo desse brilhante escritor.

Fonte: Correio.rac.com.br

A Morte de Júlio Verne

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Hoje, dia 24 de Março de 2014, são completados cento e nove anos da morte de Júlio Verne.

O seu neto, Jean-Jules Verne, na biografia ao seu avô dá-nos conta dos seus últimos momentos como a conclusão de um sofrido calvário de doenças: a catarata, que lhe custou a vista do olho direito; o reumatismo avançado; as pernas doentes e a crise de diabetes,...

O meu avô morreu a 24 de março de 1905 (sexta-feira), às oito da manhã. Do sul da França, de onde nós ainda estávamos a arrumar a mudança de casa, o meu irmão mais velho e eu fomos chamados por telegrama para juntar-nos aos nossos parentes e ao nosso outro irmão, no norte, ao lado do leito de Verne em Amiens.Quando ele nos viu a todos ali, deu-nos um olhar profundo que claramente significava: “Bom, vocês estão todos aqui. Agora, eu posso morrer”; então, ele virou-se para a parede, esperando bravamente pela morte.A sua serenidade nos impressionou enormemente, e desejamos ter uma morte tão serena quanto a dele, quando chegar a nossa hora”.

 
© Centre International Jules Verne
Imagem cedida de JVerne.net.

Jules Gabriel Verne foi enterrado no Cemitério de La Madeleine, na cidade francesa de Amiens, com honras militares pois era possuidor da Legião de Honra da República de França. O cortejo, no dia 28 de Março, foi acompanhado por mais de cinco mil pessoas.

© Centre International Jules Verne
Imagem cedida de JVerne.net

© Centre International Jules Verne
Imagem cedida de JVerne.net.

O nome do monumento funerário onde repousa até hoje, revela a todos nós o seu maior segredo, e uma filosofia de Vida que deveríamos perseguir:

"Vers L'Immortalité et L'Eternelle Jeunesse" 
ou
"Rumo à Imortalidade e à Eterna Juventude".


No ano de 1905, a morte do grande escritor foi notícia em jornais e revistas semanais portugueses, entre elas, a OCCIDENTE"Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro". Aqui a sua efeméride:

Edição de Abril de 1905 Nº947.

Texto por Carlos Patrício e fotografias do cortejo fúnebre cedidas pelo verniano Cristian Tello, do site JVerne.net.
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